quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Família constrói casa de Hobbit com R$ 8 mil

Cansada de pagar hipoteca, família britânica faz casa em encosta de colina com restos da floresta por Redação Galileu

Depois de quase uma vida pagando hipoteca, a família Dale decidiu agir. O pai, Simon, começou a construir uma casa na floresta. Mas o projeto do britânico não foi nada modesto. Com apenas martelo, instrumento para esculpir madeira e serra, ele fez uma verdadeira casa dos Hobbits no País de Gales.

http://www.simondale.net/house

Em quatro meses de trabalho, contando com a ajuda do padrasto, amigos e visitantes, Simon conseguiu terminar a casa. Ao todo, ele gastou 3 mil libras, ou pouco mais que R$ 8 mil – o que, para uma casa do porte dessa, não parece muito caro.

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No site, onde mostra imagens de sua casa, Simon escreve que a ideia da arquitetura foi respeitar e integrar seu lar ao meio ambiente. Em troca, ele consegue viver em contato com a natureza. Nada de casas pré-fabricadas usando produtos tóxicos, diz ele.



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O construtor de 32 anos, sem nenhuma experiência em carpintaria, juntou materiais que recolhia na floresta e outros reaproveitados para fazer toda a estrutura de seu novo lar. Enquanto ele trabalhava, a mulher e os dois filhos, sem casa, acampavam em um local próximo.

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Enquanto a família procurava por um local para fazer sua casa, o dono área deixou que ficassem lá e doou madeira para a construção, em troca, a família deveria tomar conta da área para ele. As paredes são de lama, o banheiro é também uma composteira e a energia vem de painéis solares.


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Atualmente a família virou uma espécie de atração local com sua casa de Hobbit sustentável.

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Filme ‘Rock Brasília’ emociona público


Por Luciana Lima*

Embora não faça parte da mostra competitiva, o documentário Rock Brasília – A Era de Ouro, de Vladimir Carvalho, emocionou o público na abertura do 44º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, nessa segunda-feira 26 à noite, no Teatro Nacional. O filme, que conta a história da geração do rock dos anos 80 em Brasília, não só empolgou pela espontaneidade dos depoimentos dos músicos, mas também pela identificação com os que moram nas superquadras e que, de alguma forma, viram o movimento do rock ocorrer na cidade.

Vladimir Carvalho retrata a geração que gerou bandas como Capital Inicial, Legião Urbana e Plebe Rude, valorizando a capacidade que esses jovens tiveram de se expressar em meio a condições adversas. “Eram jovens que reagiam institivamente à autoridade. Eram jovens cultos, viajados e que fizeram músicas e letras permeadas dessa reação naquele momento de transição da política. Eles não foram cooptados, eles cooptaram”, disse à Agência Brasil o cineasta, que era professor da Universidade de Brasília (UnB) na década de 1980 e registrou os momentos iniciais das bandas, além de entrevistas com seus integrantes em 1987 e 1988.

“Percebi que havia história no movimento desses rapazes porque eles estavam voltando a Brasília depois de tocar em várias cidades brasileiras. Comecei a gravar os shows que aconteciam na Foods (lanchonete da Asa Sul), na UnB e a gravar entrevistas com esses garotos. Isso ficou guardado por mais de 20 anos. A minha sorte é que não estragou”, acrescentou.

Vladimir ressalta o exemplo dessa geração pelo papel de resistência e, principalmente, de crença em um sonho. “É necessário olhar no retrovisor para entender muito do Brasil de hoje. Esses garotos deram um ensurdecedor exemplo de perseverança e crença em um sonho. E tem que ser assim para que esse sonho se torne realidade”, disse. “Eles ainda sentiram o peso dos resquícios da ditadura, chegaram a ser presos em um show em Patos de Minas e viram que o negócio era sério”.

O autor do documentário Vladimir Carvalho, durante a abertura do Festival de Cinema. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ ABr

O baterista Fe Lemos, da banda Capital Inicial, um dos entrevistados no documentário, lembrou que à época, não poderia imaginar a repercussão de sua simples vontade de tocar. “A gente via tudo como brincadeira. Nunca pensei que isso tivesse tamanha repercussão, da mesma forma que nunca pensei que estaríamos agora sem o Renato Russo, que sempre dizia que queria ser músico, depois cineasta e, depois, escrever um livro. Se ele estivesse aqui neste momento, com certeza estaria se aventurando pelas artes visuais”.

Rock Brasília – Era de Ouro não concorrerá a prêmios. O filme, no entanto, já recebeu o prêmio de melhor documentário do Festival de Paulínia de Cinema deste ano.

*Matéria publicada originalmente na Agência Brasil

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Reedição completa da obra de Pink Floyd chega às lojas na próxima semana



Patricia Rodríguez

Nick Mason, Roger Waters e David Gilmour dividem o palco durante show que reuniu os integrantes remanescentes do Pink Floyd na O2 Arena, em Londres (12/05/2011)

Londres, 23 set (EFE).- Nick Mason, baterista e fundador do Pink Floyd, viveu uma "montanha-russa" emocional durante o processo de reedição da obra do lendário grupo britânico em todos os formatos, desde o vinil até o iPhone.
assim, reconheceu o próprio músico, de 67 anos, em um encontro com a imprensa nos lendários estúdios londrinos de Abbey Road.

A banda de rock progressivo lançará na segunda-feira a reedição mais completa de sua obra para que o "fã mais exigente" possa desfrutá-la em todos os suportes, tanto os tradicionais, como o vinil, quanto os digitais (CD, DVD, Blu-ray e Super Audio CD) e até em uma aplicativo para o iPhone.


Versões inéditas de clássicos como "Dark Side Of The Moon" e "Wish You Were Here", colaborações com outros artistas desprezadas até então e outras desconhecidas que foram gravadas há décadas foram desenterradas do baú de lembranças para formar a caixa especial intitulada "Why Pink Floyd?", que inclui os 14 discos da banda.


A ideia surgiu a partir de uma seleção de material contida nos arquivos dos próprios músicos, um projeto que chegou "no momento adequado", explica Mason.


"Penso que se nós tivéssemos feito há dez anos provavelmente nós teríamos feito o oposto. Isso porque as músicas pareciam cada vez mais interessantes conforme elas saiam dos arquivos", admitiu.


O lançamento da coleção ainda apresentará uma versão "super-deluxe", que inclui discos em formatos alternativos, canções não publicadas, filmes restaurados de shows e uma gravação da lendária atuação de "The Dark Side Of The Moon" em Wembley, no ano de 1974.


Em relação à diversidade de formatos, Mason expressou sua devoção pelo vinil e considerou que tanto a gravadora (EMI) como os artistas suspeitam que será "a última oportunidade de lançar um disco neste formato devido à enorme queda nas vendas".


"Além disso, o vinil nos encanta. Meu carinho pelo disco de vinil é maior que meu carinho pelo CD. É a última oportunidade que teremos, acredito, já que dentro de alguns anos nós baixaremos tudo pela internet. O vinil será algo muito específico".


"Em geral, essas lembranças associadas ao ano de 1967, quando tudo começou, e aos estúdios de gravação Abbey Road foram ótimas. Era assustador estar aqui; com todo esse grande suporte técnico, além dos Beatles no final do corredor, isso dava à situação uma outra graça", relembrou o baterista.


Da fase psicodélica, contida no inicio da trajetória, ao rock progressivo e sinfônico dos últimos trabalhos, o Pink Floyd, com suas letras carregadas de conteúdo filosófico e suas sofisticadas apresentações ao vivo, se transformou em uma das bandas ícones da cena rock com mais de 300 milhões de álbuns vendidos no mundo todo.


Em 1983, o grupo lançou seu último trabalho, "The Final Cut", com seus integrantes originais, Nick Mason, Richard Wright, David Gilmour e Roger Waters, que abandonaria a banda em seguida sem participar dos outros dois discos posteriores.


Agora, a pergunta no ar é se esta luxuosa reedição aproximará finalmente Roger Waters e David Gilmour, tento em vista seus conhecidos históricos de desentendimento. Mas, para decepção dos fãs, a resposta de Mason foi contundente: "Realmente, não".


"Não é um assunto no qual se deva investir tempo", disse. "Tristemente, não teremos chance para isso, a menos que aconteçam avanços na ciência", ironizou o músico.

Fonte: http://musica.uol.com.br/

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Faz Parte Do Meu Show - Cazuza

Faz Parte Do Meu Show - Cazuza

Te pego na escola
E encho a tua bola
Com todo o meu amor
Te levo pra festa
E testo o teu sexo
Com ar de professor

Faço promessas malucas
Tão curtas quanto um sonho bom
Se eu te escondo a verdade, baby
É pra te proteger da solidão

Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor

Confundo as tuas coxas
Com as de outras moças
Te mostro toda a dor
Te faço um filho
Te dou outra vida
Pra te mostrar quem sou

Vago na lua deserta
Das pedras do Arpoador
Digo "alô" ao inimigo
Encontro um abrigo
No peito do meu traidor

Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor

Invento desculpas
Provoco uma briga
Digo que não estou
Vivo num clip sem nexo
Um pierrô-retrocesso
Meio bossa nova e rock 'n' roll

Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor

domingo, 18 de setembro de 2011

Como Nossos Pais - Belchior

Como Nossos Pais - Belchior

Não quero lhe falar
Meu grande amor
Das coisas que aprendi
Nos discos...

Quero lhe contar
Como eu vivi
E tudo o que
Aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
E eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...

Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...

Para abraçar meu irmão
E beijar minha menina
Na rua
É que se fez o meu lábio
O seu braço
E a minha voz...

Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantado
Como uma nova invenção
Vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pr'o sertão
Pois vejo vir vindo no vento
O cheiro da nova estação
E eu sinto tudo
Na ferida viva
Do meu coração...

Já faz tempo
E eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Esta lembrança
É o quadro que dói mais...
Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo, tudo
Tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como Os Nossos Pais...

Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
As aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu estou por fora
Ou então
Que eu estou enganando...

Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...
E hoje eu sei
Eu sei!
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Está em casa
Guardado por Deus
Contando seus metais...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo, tudo
Tudo o que fizemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como Os Nossos Pais...

Nanananã! Naninananã!
Nanananã! Naninananã!
Hum!...
 
 

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Contribuição a Marx!!

Uma excelente apresentação do livro Contribuição à Critica da Economia Política*, de Karl Marx, feita por Reinaldo A. Carcanholo, vale a leitura:
APRESENTAÇÃO

Há algo de curioso em Marx. Sobre ele e sobre sua obra existiram ao longo do tempo e continuam a existir diferentes atitudes. Entre elas, consideramos, devem ser citadas três que talvez sejam as mais importantes. Está aquela dos que odeiam Marx e nunca o leram, ao lado de uma outra dos que o amam, mas também nada leram de seus escritos. Finalmente a terceira atitude a ser mencionada é a daqueles que querem lê-lo, ou melhor, estudá-lo. E para que isso? Por que estudar a obra de Marx nos dias de hoje?

Claro que é possível estudá-la com objetivos exclusivamente acadêmicos, mas não seria o mais importante. O estudo aprofundado da teoria de Marx, em particular de sua teoria sobre o capitalismo, permitirá que encontremos respostas a algumas perguntas fundamentais para a humanidade. Mencionemos algumas delas.


Sobreviverá o capitalismo por muito mais tempo? O que tal sobrevivência reservaria para o futuro da humanidade? Ao contrário, quais são as possibilidades e perspectivas de uma nova era para a humanidade, organizada por meio de uma nova forma de sociedade? Que características básicas deverá ter a possível fase de transição para essa nova era? Que sacrifícios serão impostos à humanidade nessa fase?


Outras perguntas mais específicas são também importantes para nós. Que papel jogamos, aqueles que vivemos nos países da periferia, no capitalismo contemporâneo? Quais são as perspectivas para os povos desses países em um capitalismo que se conserve por muito mais tempo?


Muitos, alguns até por ingenuidade, se satisfazem com respostas triviais a essas perguntas. Graças a uma concepção metafísica, consideram que o ser humano é, por sua própria natureza transcendental, um ser egoísta e que o capitalismo é a forma mais perfeita de organização da sociedade, forma na qual o homem realizaria a sua essência, o egoísmo. Para eles, a humanidade teve história, mas já não mais a terá. O capitalismo é a realização do paraíso na terra e, por isso, a história chegou ao seu fim. Os males e as misérias que observamos nos dias de hoje na humanidade, em certos espaços, não são o resultado desse sistema econômico e social, mas da sua ausência. Os que defendem essa perspectiva são os neoliberais. É verdade que há muito de hipocrisia nesse pensamento e seus defensores mais cínicos chegam até a admitir e a sustentar que a pobreza é uma necessidade do sistema, na medida em que o risco que ela representa, para cada um, é o motor a garantir que o ser humano desenvolva todo o seu potencial produtivo.



Existem outros que acreditam que o capitalismo pode sobreviver e resolver em grande parte seus males. Para isso, bastaria uma boa dose de vontade política. O Estado seria capaz, por meio de um conjunto de políticas adequadas, de solucionar ou no mínimo atenuar as contradições do sistema, de maneira a torná-lo mais humano. Aqueles um pouco mais lúcidos, dentro dessa visão, procuram encontrar, no meio da selvageria do capitalismo atual, algum setor social que, por seus interesses objetivos, fosse capaz de sustentar um projeto político desse tipo. Tendem algumas vezes a atribuir esse papel a um setor da “burguesia progressista”, nacional talvez. No entanto, a verdade é que a evolução do capitalismo nas últimas décadas tende a reduzir o número daqueles que ainda acreditam nessa quimera.

Também existem aqueles que perderam totalmente as esperanças e não acreditam em nenhuma possibilidade de grandes transformações para a sociedade humana. O mundo capitalista seria inevitável e a única coisa que podemos fazer é obter pequenas mudanças, por meio de lutas parciais e fragmentárias. De certa maneira, concordam com os neoliberais, pelo menos no sentido de que uma divindade superior teria decretado que o capitalismo é o fim da história. Qualquer desejo de impulsionar grandes transformações na sociedade seria ilusório; toda tentativa de construir uma interpretação global que permita uma ação nesse sentido é fracassada; não há espaço para os metarrelatos. É a perspectiva pós-moderna. Nas sábias palavras, quase versos, de Néstor Kohan, trata-se da “legitimação metafísica da impotência política”.


Justamente ao contrário, a teoria de Marx é intrinsecamente revolucionária, anticapitalista e humanista. Ela é uma teoria que sustenta a esperança e nos entrega instrumentos para a ação transformadora. Ela, estudada em toda a sua profundidade, estabelece bases sólidas para que construamos de maneira sistemática e científica, sem concessões à metafísica, respostas àquelas perguntas e a muitas outras importantes.


É óbvio que não se encontrarão diretamente neste livro de Marx, Contribuição à crítica da Economia Política, as respostas imediatas às perguntas que nos preocupam. O livro trata de apresentar exclusivamente os elementos básicos e abstratos de um enorme corpo teórico, resultado da pesquisa científica de Marx, corpo esse desenvolvido ao longo da extensa obra marxista, que inclui entre outros textos importantes O capital. O aporte científico de Marx consiste, na verdade, em um enorme edifício teórico sobre o capitalismo que precisa ser estudado e compreendido em toda a sua profundidade. Nele aparecem descobertas e expostas as leis gerais do funcionamento, desenvolvimento e dos limites da economia capitalista, que demonstram que se trata de uma fase social transitória no interior do processo de desenvolvimento da sociedade humana. Conhecer essas leis é o que permite adquirir uma sólida base para que cheguemos, com nosso esforço, a elaborar, também de maneira científica e não metafísica, respostas adequadas para as perguntas que nos interessam nos dias de hoje.


É a teoria do valor de Marx, em toda a sua amplitude (que engloba entre outras coisas a teoria do capital e da mais-valia, da exploração e do fetichismo, da desmaterialização da riqueza capitalista e, inclusive, a teoria da tendência decrescente da taxa de lucro), que nos permite entender a economia capitalista em suas determinações mais gerais. Compreender a fase atual que vivemos, além da necessidade de apropriar-se de maneira adequada dessa teoria, pressupõe um grande esforço científico de nossa parte. No entanto, tal esforço se vê em parte facilitado pelo método científico que nos foi legado por Marx e que precisa ser estudado.


A teoria marxista do valor permite-nos concluir, em primeiro lugar, que a contradição principal da atual fase capitalista é a que existe entre a produção e a apropriação da mais-valia, do excedente econômico em valor; que a atual expansão do capital especulativo e parasitário é a manifestação e o agravamento dessa contradição; que essa fase capitalista sobrevive até hoje, e o fez até agora, por mais de duas décadas, sobre a base de uma intensificação sem precedentes da exploração do trabalho. Tal exploração ocorre por meio da mais-valia relativa e absoluta, da superexploração dos trabalhadores assalariados e não assalariados de todo o mundo, incluindo os dos países mais miseráveis do planeta. A teoria do valor de Marx permite entender que essa fase capitalista não é eterna e que não poderá sobreviver por muito tempo mais.


Essa teoria, entendida em toda a sua profundidade, nos proporciona a convicção científica de que o capitalismo poderá sobreviver à destruição da sua fase atual especulativa, reformulando eventualmente seu funcionamento; mas só poderá fazê-lo destruindo o domínio do capital especulativo. Não há dúvida de que isso só será ou seria possível, ao contrário do que se pode imaginar, por meio de uma adicional elevação da exploração do trabalho, exploração essa que já se encontra em níveis exagerados. Tal situação implicará a intensificação e generalização da tragédia humana que já é manifesta em muitas partes do mundo contemporâneo. Pior que isso, a transição para uma eventual nova fase capitalista pressuporá períodos ou momentos ainda mais terríveis.

Entendida adequadamente, a teoria do valor de Marx leva-nos a concluir que a relativa comodidade em que se vive nos países mais ricos, mesmo uma parte de seus trabalhadores, não seria possível sem a pobreza e a miséria encontrada nos países periféricos. Nesse sentido, existe um excelente filme sobre o Norte da África, que não é um documentário mas uma ficção, cujo título em português é “A marcha”, e que apresenta como lema o seguinte: “eles são ricos porque somos pobres”. E poderíamos agregar: “nós somos pobres porque eles são ricos”. Obviamente que isso não significa, de nenhuma maneira, pensar que os trabalhadores daqueles países são exploradores de seus homólogos dos demais.

Finalmente, a teoria marxista permite entender que, ao mesmo tempo em que é possível uma nova etapa capitalista sob bases modificadas, justamente porque isso pressupõe um período ou momentos extremamente difíceis para a humanidade, abre-se a possibilidade da superação do próprio capitalismo. A transição para uma nova etapa capitalista ou para uma nova forma de sociedade radicalmente diferente, para o socialismo, é verdade, não consistirá em período dos mais belos da história. Ao contrário, será uma fase muito difícil para a humanidade. No entanto, se essas dificuldades estiverem efetivamente dentro de um processo de construção do socialismo, pelo menos se abriria a possibilidade de superação da pré-história do homem e o início de sua verdadeira história. Abrir-se-iam, assim, as possibilidades de superação da violência contra a verdadeira natureza humana, de superação da alienação e do trabalho alienado. Vislumbrar-se-ia o surgimento de uma sociedade a ser organizada sobre a base do trabalho criativo e que garantiria a realização plena do ser humano.


Se estamos na vizinhança de uma nova fase ainda mais violenta e mais terrível do capitalismo ou nos albores de um novo mundo, isso dependerá de cada um de nós. Para Marx, a história é uma construção do ser humano, limitada apenas pelas amplas potencialidades de cada momento. A superação da pré-história da humanidade será uma construção consciente ou não será.

É indispensável estudar com profundidade a teoria marxista sobre o capitalismo e, em especial, suas determinações mais abstratas e essenciais. Este livro é fundamental para isso, embora, em nossa opinião, não deve ser o primeiro de Marx a ser lido. O núcleo central deste volume, ora publicado pela Editora Expressão Popular, está constituído pelo que se conhece propriamente como Contribuição à crítica da Economia Política (3) de Marx (escrita nos últimos meses de 1858 e janeiro do ano seguinte), imediatamente antecedido pelo seu “Prefácio” (2).* Esses escritos aparecem neste volume acompanhados por outros textos relevantes. O que imediatamente segue a Contribuição... ficou conhecido como “Introdução** à Contribuição à Crítica da Economia Política”, ou simplesmente “Introdução” (4). Logo em seguida, encontramos dois artigos-resenha escritos (5) por Engels sobre a Contribuição....

Além de tudo isso, este volume da Editora Expressão Popular nos brinda com um excelente texto (1) de Florestan Fernandes, que é o tradutor das obras aqui apresentadas. Nele, Florestan discute aspectos relevantes do método marxista e apresenta, também, uma ampla abordagem sobre críticas que são feitas a Marx por desconhecimento de sua obra, ao analisar a relação desse autor com outros especificamente da área das ciências sociais, em particular com sociólogos.
A Contribuição... (3) propriamente dita está dividida em duas grandes partes. Na primeira, se estuda a mercadoria e, na segunda, o dinheiro. Ambos os temas reaparecem n’O capital com uma nova redação, melhorada segundo Marx.

O capítulo sobre a mercadoria n’O capital é, de fato, uma redação mais elaborada e melhor estruturada do conteúdo da primeira parte da Contribuição... Resume alguns aspectos, mas amplia o tratamento de outros. Em particular, o estudo que Marx faz sobre desenvolvimento dialético das formas do valor n’O capital, que vai da forma simples à forma dinheiro, tema extremamente importante, é muito mais amplo e mais satisfatório que o tratamento da Contribuição... No entanto, no que se refere às categorias relativas ao trabalho (trabalho abstrato, útil, privado e social) e à sua relação com o valor, com o valor de uso e com a riqueza, o tratamento da Contribuição... aparece muito mais desenvolvido e aprofundado. A simples leitura d’O capital nesse aspecto, em nossa opinião, é insuficiente e precisa se complementado com o que aparece neste volume.


Há uma dificuldade na Contribuição... Nela, Marx não distingue terminologicamente valor de valor de troca. Embora uma leitura atenta permita perceber essa distinção, o entendimento adequado do conceito, da sua essência e da aparência do fenômeno, fica dificultado. O autor muitas vezes fala de valor de troca quando deveria referir-se a valor. A terminologia mais precisa só virá à luz n’O capital. Além disso, a exposição da passagem da aparência para a essência do valor, o que consideramos o salto mortal da análise, o descobrimento do valor por detrás do valor de troca, só aparece nesta última obra. E aparece de forma brilhante, embora extremamente reduzida e, por isso, algumas vezes não percebida em uma leitura mais apressada. Especialmente por todas as razões apontadas, em nossa opinião, o estudo da mercadoria não deve iniciar-se pela Contribuição..., mas com a leitura do primeiro capítulo d’O capital e complementada depois.


Não deixa de ter interesse o estudo das questões apresentadas na segunda parte da Contribuição..., a que trata do dinheiro, apesar de aparecerem com nova redação, em parte mais desenvolvida e mais elaborada, n’O capital, distribuídas no capítulo 3º do seu livro I e em diversas partes nos seus livros II e III.


Por outro lado, o “Prefácio” (2), apesar de ser um texto de dimensões reduzidas, poderia ser tratado como obra independente. Sua importância está no fato de apresentar, de um ponto de vista abstrato, a concepção marxista sobre o desenvolvimento histórico, a concepção dialética e materialista sobre a história da humanidade. Por se tratar de texto reduzido, aqueles que desejarem encontrar ali uma visão mecanicista e determinista poderão sair até certo ponto satisfeitos, mas isso está longe de ser a real perspectiva de Marx. Uma leitura mais atenta pode desfazer essa interpretação.


A “Introdução” (4) ou “Prólogo” não foi preparado por Marx para publicação. Trata-se de um texto referido por seu autor no “Prefácio” (2) como “esboço” e foi dele suprimido por razões expositivas. O nome “Introdução” ou “Prólogo” à Contribuição à crítica da Economia Política deve-se a Kautsky, seu primeiro editor, e aparece também como texto inicial do que ficou conhecido como Grundrisse, rascunhos de pesquisa escritos entre 1857 e 1858 por Marx. Talvez sua parte mais importante seja a de número três (“O Método da Economia Política”), texto profundo e de compreensão difícil, único em que Marx expõe de maneira algo sistemática sua visão sobre o método científico para o estudo da sociedade humana. Assim, se a leitura da Contribuição... (3) deve ser, em nossa opinião, precedida pelo menos pelo estudo do capítulo sobre a mercadoria d’O capital, enfrentar as dificuldades do texto sobre o método contido na “Introdução” exige muito mais. A leitura dessa parte deve ser deixada para depois de bem avançado o estudo da obra maior de Marx, O capital, em particular depois da leitura do primeiro capítulo do seu livro III.


Finalmente, as resenhas de Engels (5) publicadas neste volume também não deixam de ter interesse, em especial algumas observações suas sobre a questão do método marxista.


Terminemos esta apresentação voltando à questão apresentada no início. Há certa razão naquelas atitudes, as de amor e as de ódio, dos que nunca leram Marx. A perspectiva teórica marxista é intrinsecamente anticapitalista e é lógico que provoque sentimentos contraditórios. Mesmo exclusivamente por instinto, uns (os que objetivamente possuem) e outros (os que não possuem interesse na continuidade do sistema e dos privilégios que garante para alguns em contraste com a miséria dos outros), respectivamente, têm razões para o ódio e o amor por esse autor.


A dialética marxista é em si mesma revolucionária. Aqueles que são revolucionários por puro impulso do coração, por puro humanismo ou legítimo interesse objetivo, sairão fortalecidos nas suas convicções e muito mais eficazes na sua ação se, à sua emoção, adicionarem um sólido conhecimento científico sobre o capitalismo, sobre os seus determinantes e sobre os caminhos do processo revolucionário. Razão e coração juntos se completam.


A teoria de Marx nos ensina que precisamos, mais que nunca, lutar contra o capitalismo, pela humanidade.


“Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás.”


Vitória, julho de 2007
Reinaldo A. Carcanholo

____________________________
*MARX, Karl. Contribuição à Crítica da Economia Política. Tradução de Florestan Fernandes. 2. ed., São Paulo: Expressão Popular, 2008.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Mais Do Mesmo - Legião Urbana

Ei menino branco o que é que você faz aqui
Subindo o morro pra tentar se divertir
Mas já disse que não tem
E você ainda quer mais
Por que você não me deixa em paz?

Desses vinte anos nenhum foi feito pra mim
E agora você quer que eu fique assim igual a você
É mesmo, como vou crescer se nada cresce por aqui?
Quem vai tomar conta dos doentes?
E quando tem chacina de adolescentes
Como é que você se sente?

Em vez de luz tem tiroteio no fim do túnel.
Sempre mais do mesmo
Não era isso que você queria ouvir?

Bondade sua me explicar com tanta determinação
Exatamente o que eu sinto, como penso e como sou
Eu realmente não sabia que eu pensava assim
E agora você quer um retrato do país
Mas queimaram o filme
E enquanto isso, na enfermaria
Todos os doentes estão cantando sucessos populares.
(e todos os índios foram mortos).
 
 

Justiça condena governo do PSDB a pagar R$ 54 mil por promover racismo

Crianças da rede pública de ensino em São Paulo receberam material de cunho claramente racista

Governador Alckmin. Teoria incompatível com a prática
O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou o governo estadual a pagar R$ 54 mil em indenização por ato de racismo. De acordo com a ação por danos morais, movida pela advogada Maria da Penha Guimarães, uma unidade de ensino distribuiu material pedagógico com conteúdo discriminatório.

Segundo os autos, a professora, “a pretexto de desenvolver a criatividade de seus alunos da 2ª série do ensino fundamental”, distribuiu o seguinte material (fls 14/17):
 
"Redação 8

Uma família diferente


A família lá no céu


Era uma vez uma família que existia lá no céu.


O pai era o sol, a mãe era a lua e os filhinhos eram as estrelas. Os avós eram os cometas e o irmão mais velho era o planeta terra.


Um dia apareceu um demônio que era o buraco negro.


O sol e as estrelinhas pegaram o buraco negro e bateram, bateram nele.


O buraco negro foi embora e a família viveu feliz.


"Criação de texto


Assim como André, invente uma família diferente.


Conte:


a) quais são os membros dessa família;


b) onde ela vive;


c) como ela vive.


1. Desenhe a família diferente que você inventou.


2. Escreva um texto dizendo como é a família diferente. Invente um título." (fl. 17).


"UMA FAMÍLIA COLORIDA


Era uma vez uma família colorida. A mãe era a vermelha, o pai era o azul e os filhinhos eram o rosa.


Havia um homem mau que era o preto.


Um dia, o preto decidiu ir lá na casa colorida.


Quando chegou lá, ele tentou roubar os rosinhas, mas aí apareceu o poderoso azul e chamou a família inteira para ajudar a bater no preto.


O preto disse:


--- Não me batam, eu juro que nunca mais vou me atrever a colocar os pés aqui. Eu juro.


E assim o azul soltou o preto e a família viveu feliz para sempre.

 (fl. 14).

O exercício foi avaliado como “claramente discriminatório, agressivo e depreciativo da raça negra” e provocou “dor moral imensa” no filho, estudante da turma, e em seus pais.
 

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Criminalidade e violência em Altamira aumentam 28% com Belo Monte

Por Xingu Vivo
 
O aumento da violência em função do início das obras de Belo Monte já vem se configurando como um problema em Altamira (PA), principal cidade da região afetada pela construção da Usina. Somente neste último final de semana, um menor de idade foi morto, um homem teve o rosto desfigurado, uma delegacia foi invadida por quarenta trabalhadores – onze deles foram detidos -, um resgate foi feito na prisão e “justiça” foi feita com as próprias mãos.

Para os movimentos sociais, o fato apenas confirma a previsão feita nos últimos anos. Mais grave, como também já apontado, é que Belo Monte vem desacompanhada de políticas públicas e instaura um clima de grande insegurança e um futuro incerto para as populações locais – em especial, a juventude.

A avaliação é corroborada pelas autoridades policiais. Segundo o superintendente regional da Policia Civil, o delegado Cristiano Nascimento, não há efetivo suficiente para atender às novas necessidades, que tem crescido com o início da construção dos alojamentos do canteiro de obras da hidrelétrica. “Somente em Altamira, a criminalidade aumentou 28%, do ano passado para cá. Neste período, não foram trazidos novos policiais para a delegacia”, explica.

Nascimento lembra que a regional é responsável por atender nove municípios da região, e não apenas Altamira.  “Neste momento, precisaríamos de 50% a mais do que contamos hoje”, acrescenta. Segundo ele, este número dobraria, caso Belo Monte siga seu ritmo de construção.

“As conseqüências de uma obra como esta, ainda em fase embrionária, são muito mais nefastas e complexas do que os discursos públicos do Ibama e do governo deixam transparecer”, comenta a coordenadora do Movimento Xingu Vivo Para Sempre, Antonia Melo. “A criminalidade cresce e, claro, também cresce entre as camadas mais jovens e empobrecidas da população. O que vai acontecer com toda essa juventude? O que vai ser da vida aqui?”, questiona. Para ela, Belo Monte é um caos e o governo sequer consegue colocar panos quentes em questões simples, como o aumento do reforço da polícia civil na região. “Nem isso eles fazem, o que dirá uma política pública séria que realmente trate de todas as consequências desse monstro… A cidade está completamente fora de controle. O governo e a Norte Energia simplesmente estão ignorando a vida de quem mora no entorno deste monstro que eles querem construir”, lamenta.

Condicionantes

Sobre as condicionantes, o delegado é bastante explícito. “Sabe-se que há um planejamento para atender a região e que a Norte Energia assinou convênio com o estado de R$ 174 milhões para a segurança, mas entre o planejamento e a execução, tem um pulo muito grande”. Para que haja contratações, é necessário haver concurso público; e, segundo Nascimento, não há ainda nem o edital do concurso lançado. “Ou seja, até que seja feito o concurso, e chamados e treinados os novos policiais, estes só poderão chegar em, no mínimo, um ano”.

Para o representante do Instituto Socioambiental, Marcelo Salazar, as obras de Belo Monte deveriam ter começado apenas depois que a região estivesse preparada para suportar as consequências que uma obra deste porte carrega consigo. “É um crime o IBAMA ter liberado essa licença. Quem será responsabilizado pelo caos que estamos assistindo? O taxista assaltado que não achou amparo na justiça e buscou soluções fora dela? O delegado que não tem condições de realizar seu trabalho? A falta de planejamento da prefeitura e do estado por não aparelhar a segurança da cidade?”, pergunta.

Marcelo também credita a responsabilidade pela violência e desamparo à Norte Energia e ao governo federal. “Eles conseguem planejar e executar as obras, mas não consegue cumprir as condições prévias de preparação socioambiental que uma obra dessa envergadura exige – e ainda afirmam que tudo está sub controle, escondendo a sujeira, o descaso, os próprios crimes”.

Criminalidade
 
Um assalto violento a um taxista, ocorrido no sábado, 10, acabou levando à morte de um menor por ineficiência da justiça. Após ser roubado e espancado, o motorista chegou a delegacia apenas em roupas de baixo e registrou ocorrência. A morosidade da polícia fez com que ele e outros taxistas saíssem em busca dos culpados, houve um confronto e um rapaz de 15 anos, parente de um dos ladrões, acabou morto. Um taxista também saiu ferido, tendo sido esfaqueado no rosto.

No domingo (11), a delegacia regional da Polícia Civil de Altamira foi invadida por 40 taxistas. Eles renderam o delegado, um escrivão e um agente, entortaram com as mãos as grades apodrecidas do presídio e resgataram o colega acusado da morte do menor. Outros 11 taxistas acabaram presos

Neste mesmo final de semana, uma mulher foi assassinada. O culpado não foi encontrado. Na sexta-feira que antecedeu o feriado de 7 de setembro, três jovens foram esfaqueados e mortos na porta de uma discoteca na principal avenida da região central da cidade.

Todos em defesa do feijão brasileiro!

Nesta quinta-feira (15), a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) irá votar em Brasília o pedido de liberação comercial do feijão transgênico, desenvolvido pela Embrapa. A variedade seria resistente ao vírus do mosaico dourado, mas a existência de poucos estudos faz surgir muitas dúvidas sobre esta nova variedade e as possíveis ameaças ao feijão convencional e crioulo historicamente cultivados no Brasil. 

Apesar de ser papel da CTNBio promover o debate e garantir estudos técnicos sobre os transgênicos, a votação do feijão geneticamente modificado tem sido atropelada e sem a realização de avaliação de riscos ao meio ambiente e a saúde humana. Confira as dúvidas listadas por organizações e movimentos que acompanham o tema, e participe da audiência que discutirá a liberação do feijão transgênico. 

Data: 15 de setembro de 2011
Local: Auditório no Ministério da Ciência e Tecnologia, Brasília
Horário: 9 horas
Telefone para informações: (41) 3232-4660 (Ana Carolina ou Larissa)/ (41) 9916-3863 (Ana Carolina) 
Na foto, em sentido horário: feijão sopinha, feijão miúdo (fradinho), feijão-de-lima (olho de cabra), branco pintado, feijão vermelho, feijão praia, feijão cavalo, feijão-de-lima claro (olho-de-cabra), feijão-de-corda miúdo, feijão-arroz, feijão mouro, feijão-amendoim, feijão amarelo, feijão manteiguinha e feijão fradinho.

FEIJÃO TRANSGÊNICO: MAIS ESTUDOS, MENOS PROPAGANDA.
 
Os estudos são insuficientes: A Embrapa não realizou testes em todas as regiões do país, o que impede de saber a interação desta nova planta nos diferentes biomas. Preocupação especialmente com a região Nordeste, tradicional produtora de feijão crioulo na agricultura familiar, e que foi excluída dos testes da Embrapa, descumprindo decisão judicial que exige a realização de estudos caso a caso em todos os biomas brasileiros. 

O risco de contaminação é grande: Não houve estudos suficientes sobre a ação dos polinizadores (abelha, pássaros, vento etc) e a possibilidade de contaminação genética pelo feijão transgênico. É preciso garantir o direito dos agricultores à livre escolha de seu sistema produtivo, seja convencional, agroecológico ou transgênico, de forma que as culturas coexistam, e também que o direito dos consumidores à informação sobre que tipo de alimento querem consumir seja também respeitado.

A tecnologia é falha: Os estudos apresentados pela Embrapa demonstram falhas na modificação genética das planas testadas: dos 22 eventos gerados, apenas 2 realmente resistiram ao vírus do mosaico dourado, sem que se tenha estudado porque os outros 20 falharam. Menos de 10% dos testes deram certo e a própria Embrapa afirma não saber o motivo. Então para que a pressa em aprovar este novo feijão? 

Muitos segredos e poucos esclarecimentos: Informações indispensáveis sobre o feijão transgênico estão sob sigilo, ou seja, a sociedade, e até alguns membros da CTNBio, não sabem o que de fato foi inserido na construção genética do feijão e quais seus impactos no meio ambiente e na saúde humana. Apesar disso, o pedido é de que esta mesma seqüência genética possa ser inserida em todas as outras variedades comerciais de feijão existentes no Brasil, sem promover novos estudos para cada uma delas, ao contrário do que obriga a legislação nacional e internacional. 

CTNBio se recusa a pedir mais estudos: Diante dos diversos problemas identificados pela comunidade cientifica, organizações e movimentos da sociedade civil, a CTNBio deveria, no mínimo, justificar cientificamente por que considera os estudos atuais suficientes para a liberação do feijão transgênico. Ao contrário, a Comissão, apesar de técnica e com a função de avaliação, ao invés de cumprir com as próprias normas que edita, afirma que não vai seguir a Lei porque a mesma é “caduca”. 

Fala-se em ciência, mas se mostra pouco conhecimento científico: A CTNBio é um colegiado composto por 27 pesquisadores. Destes, 16 já se mostraram favoráveis ao feijão transgênico e anteciparam seus votos, sem aguardar o debate técnico em plenária sobre o assunto, desconsiderando os pontos apresentados pela comunidade científica e a sociedade civil em audiência pública. Os pareceres favoráveis à liberação do feijão transgênico também não possuem nenhum argumento científico e não citam nenhuma referência bibliográfica para fundamentar suas opiniões a favor da liberação. Muitos defendem o feijão transgênico somente por ele ser desenvolvido pela Embrapa, como se isso substituísse a devida avaliação de riscos exigida por Lei.

Existem outras opções tecnológicas: A Embrapa já havia desenvolvido experiências que comprovavam o controle do vírus do mosaico dourado a partir de práticas de manejo do feijão orgânico. Mas agora prioriza investir na tecnologia transgênica, mesmo assumindo as diversas falhas em seu desenvolvimento, dando um péssimo exemplo de descumprimento das leis nacionais. Enquanto ente público, a Embrapa deveria priorizar o respeito pela Lei de Biossegurança e garantir os estudos de avaliação de risco obrigatórios pela legislação brasileira. 

Feijão brasileiro é feijão da agricultura familiar: Alguns pesquisadores da CTNBio e articulistas têm falado que o feijão transgênico é uma tecnologia “verde e amarela” e afirmam ainda que o Brasil não tem variedade crioula de feijão. Por isso, supostamente, a falta de estudos não geraria risco para a biodiversidade de feijão no país. Contudo, o senso agropecuário publicado pelo IBGE em 2009 revela que é a agricultura familiar quem alimenta os brasileiros produzindo 70% de todo o feijão disponível no país . Diante disso pergunta-se: qual o feijão está na mesa do povo brasileiro?

É preciso estudos, pesquisas, dados e comprovações que garantam a proteção do meio ambiente e da saúde humana. Por enquanto, verde e amarelo é o feijão produzido pela agricultura familiar responsável pela segurança alimentar dos brasileiros! 

www.terradedireitos.org.br

I Simpósio de Informática e Geotecnologia de Santarém


Tema: Tecnologia da informação e geotecnologia para o desenvolvimento sustentável da Amazônia
Data: 17 a 21 de outubro de 2011
Local: Ufopa, Campus Tapajós
Cidade: Santarém - PA - Brasil

O I Simpósio de Informática e Geotecnologia de Santarém – SIGES, será realizado de 17 a 21 de outubro de 2011, é um evento multidisciplinar e conta com a participação e cooperação de instituições reconhecidas por suas atuações no âmbito regional, nacional e internacional, proveniente da evolução da Semana de Informática, da Semana de Geotecnologias e da Escola de Software Livre desde 2004.
O evento é realizado utilizando a infraestrutura das instituições de ensino superior em Santarém, desta forma a cada ano uma instituição tem a função de sediar e coordenar o evento. Em 2011 a UFOPA – Universidade Federal do Oeste do Pará, sediará o SIGES 2011 abordando a temática “Tecnologia da Informação e Geotecnologia para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia”, por acreditar que a sustentabilidade se dará através do conhecimento e uso de tecnologias na preservação do meio-ambiente. Como metodologia para realização o evento contempla minicursos, palestras e apresentação de trabalhos em forma de pôster e oral, sendo que o material apresentado é publicado em edição com ISBN. Além disso, o evento atualmente conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Computação – SBC, sendo reconhecido como um evento anual em sua agenda.
O evento será sediado e coordenado pela UFOPA, tendo a co-participação de outras instituições tais como IFPA, IBAMA, IESPES, INPA, LBA, CEULS/ULBRA, FIT, dentre outras.